Ao implantar o framework de OKRs em uma instituição, é comum surgirem dúvidas sobre como esse modelo se integra com a gestão de projetos, uma metodologia já amplamente utilizada. Neste artigo, exploraremos como combinar OKRs e a gestão de projetos para alcançar resultados excepcionais.
Meu nome é Marcos Barros e sou o CEO da Oxford Business Masters, com sede na Inglaterra. O Brasil é um dos líderes mundiais no uso de OKRs no setor público, com mais de trinta instituições federais e estaduais adotando este framework. Entre nossos clientes estão o Tribunal de Contas da União (TCU), a Anvisa e o Conselho Nacional do Ministério Público. Mas o que motiva o crescente interesse por OKRs? A resposta está em sua capacidade de medir resultados de maneira objetiva.
A Importância de Medir o Sucesso
Muitas vezes, “sucesso” é visto como a entrega de um projeto. No entanto, o verdadeiro valor de um projeto reside em seu impacto. Um projeto existe para causar uma mudança positiva, mas como saber se isso foi alcançado? A resposta está na medição de resultados. OKRs (Objectives and Key Results) entram aqui ao definir o que é sucesso de maneira numérica, utilizando indicadores claros. Isso é parte de uma gestão orientada por resultados.
A grande vantagem dos OKRs é que eles introduzem essa gestão de forma descentralizada, gradativa e focada em poucos resultados cruciais. Além de mostrar se o projeto está no caminho certo, os OKRs também podem orientar a própria construção do projeto, proporcionando metas numéricas que direcionam as ações.
Um Exemplo de Gestão de Projetos sem OKRs
Um exemplo prático de como os OKRs poderiam ter mudado o rumo de um grande projeto público está na revitalização do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O projeto foi lançado para transformar a área portuária da cidade em um polo de desenvolvimento urbano e turístico. Muitas obras foram concluídas, incluindo o Museu do Amanhã e melhorias na infraestrutura. No entanto, os resultados não foram os esperados. A região não atraiu os investimentos projetados, e muitos imóveis comerciais e residenciais permanecem vazios.
Aqui, vemos que, embora o projeto tenha sido entregue, os resultados desejados não foram atingidos. Com OKRs, o cenário poderia ter sido diferente. Por exemplo:
Objetivo: Revitalizamos o Porto Maravilha para transformar a área portuária em um polo de desenvolvimento urbano e turístico.
- KR 1: Aumentamos o fluxo turístico de 500 mil para 2 milhões de visitantes anuais dentro de dois anos.
- KR 2: Elevamos a taxa de ocupação dos imóveis comerciais de 30% para 80% no primeiro ano após a conclusão.
- KR 3: Melhoramos a satisfação dos moradores com a infraestrutura de 40% para 85%, medida por pesquisas de opinião pública.
Se esses OKRs tivessem sido utilizados desde o início, o foco dos projetos poderia ter sido ajustado para garantir que os resultados socioeconômicos desejados fossem alcançados.
A Combinação Poderosa de OKRs e Gestão de Projetos
OKRs funcionam como um “GPS” para garantir que os projetos estejam no caminho certo. Essa combinação entre gestão de projetos e gestão por resultados é extremamente poderosa.
No início da implantação dos OKRs, pode ser difícil vincular todos os projetos existentes ao novo framework. Porém, com o tempo, a adoção de OKRs se torna mais natural. Três grandes mudanças acontecem:
Projetos Sob OKRs:
Projetos Não Necessitam de OKRs:
Redução na Criação de Novos Projetos:
Conclusão
A combinação de OKRs com a gestão de projetos permite que gestores públicos acompanhem tanto as entregas quanto os resultados desejados, tornando suas iniciativas mais focadas e eficazes. Esse modelo híbrido é essencial para garantir que o esforço investido em projetos realmente resulte em impacto positivo e duradouro.